XV - Seminário de Reforma e Pentecostalidade

Todos os anos, no segundo semestre letivo, a Faculdade Refidim realiza o “Seminário de Reforma e Pentecostalidade”. A ideia é proporcionar aos discentes, docentes e à comunidade cristã em geral, um período de reflexão a partir de temas contemporâneos relevantes em diálogo com a reforma e pentecostalidade.

 

Além disso, com o objetivo de alinhar as pesquisas realizadas no GEP (Grupo de Estudos do Pentecostalismo), com o perfil do egresso do PPC (Projeto Pedagógico do Curso) e outros eventos acadêmicos, decidiu-se neste ano pela seguinte temática: 

 

“O ofício teológico em perspectiva pentecostal”. 

 

Com isso, a IES (Instituição de Ensino Superior) busca discutir sobre a formação e a atuação do teólogo pentecostal, frente às demandas profissionais e vocacionais.

Investimento

Evento Gratuito

Carga Horária

4h30

*3 encontros de 1h30

Certificado

em cada encontro

*3 certificados

TEMA: O Ofício Teológico em Perspectiva Pentecostal

Dr. Esdras Costa Bento

Dr. Esdras Costa Bento

Mediador Dr. Fernando Albano

19/10 às 20h - Primeiro Encontro

O diagnóstico histórico da formação teológica nos pentecostalismos.

A ocupação teológica é de grande relevância e altamente desafiadora nos dias atuais, sobretudo, em uma sociedade tão marcadamente religiosa, como é a brasileira, com linguagens de fé plurais, e, em alguns casos contraditórias e indignas de Deus. Diante disso, é tarefa da teologia, atualmente, proteger a compreensão cristã de Deus, para isto é preciso olhar para o passado da tradição teológica e recontá-la de forma atraente para as pessoas do nosso contexto pós-moderno. É ofício também do teólogo decodificar a doutrina cristã, e apresentar o seu poder de preservar o mistério da fé. Ainda, ao explicar a doutrina, o teólogo ajuda que a mesma possa tocar a nossa experiência e situação humana. Assim, a razão trabalha em favor da fé.

 

Isto posto, em relação ao ofício teológico em perspectiva pentecostal, queremos suscitar algumas questões: como o ofício teológico pentecostal pode registrar a sua espiritualidade em seu trabalho intelectual de defesa da fé? Ou, é o caso da espiritualidade pentecostal ser vivenciada na adoração/liturgia, mas o aspecto erudito, portanto, tem que seguir um paradigma mais evangélico tradicional, especialmente em relação às clássicas doutrinas? Há algo original que os pentecostais ofereceram à história da teologia cristã?, e/ou ainda, que possam oferecer em termos teológicos para o Cristianismo? Ou, devemos oferecer apenas a nossa espiritualidade, apenas o nosso zelo missionário e evangelístico? Quem sabe apenas o nosso falar em línguas e a ênfase na atualidade dos dons espirituais? Há algum conteúdo teológico que podemos oferecer?

 

Essas são algumas questões que nortearão a nossa discussão em torno do ofício teológico em perspectiva pentecostal. Certamente, trata-se de perguntas desafiadoras e que estimulam a nossa compreensão teológica. Contudo, antes de qualquer coisa, destacamos a necessidade de estar dentro e manter-se dentro da linguagem e experiência pentecostais. Isso, porém, não impede que o teólogo pentecostal dê uma olhada nas grandes confissões cristãs do passado e da atualidade. Quem é teologicamente educado (e pentecostal) espera-se que seja capaz de ouvir a linguagem de outras confissões, e simultaneamente permanecer leal às suas raízes pentecostais. Essa lealdade, entre outras coisas, passa pela compreensão de que Deus não é apenas um símbolo que oferece sentido à vida de maneira geral, mas, antes, pelo contrário, trata-se de um Deus pessoal, Trinitário, de quem se pode e deve-se falar também da sua atuação no Espírito Santo, em nossa vida em particular e no curso da história do mundo.

Me. Ozean Gomes

Me. Ozean Gomes

Mediador Dr. Valdinei Ramos Gandra

20/10 às 20h - Segundo Encontro

A formação teológica pentecostal na atuação eclesiástica, acadêmica e em outras áreas profissionais.

A formação teológica de nível acadêmico se depara com várias possibilidades, mas também com muitos desafios. A plenária em questão se propõe a apresentar alguns insights sobre o ofício teológico no cotidiano dos espaços eclesiásticos e no cotidiano religioso da vida das pessoas. Busca também sinalizar criativamente sobre o papel que a formação teológica pode exercer em outras áreas de atuação profissional, em particular àquelas em que se exige a mediação e superação de conflitos, bem como situações limites que carecem de reflexões (bio) éticas. Por fim, a plenária visa apontar possibilidades para o ofício acadêmico na área de teologia e ciências da religião, algo que exige a compreensão da comunidade de fé, já que o debate acadêmico pressupõe pluralidade de crenças, de visões teológicas e de vínculos institucionais. Esses ambientes exigem linguagens e instrumentais de análise distintos, mas não excludentes.

Pr. Drando. Douglas Baptista

Pr. Drando. Douglas Baptista

Mediador Dr. Claiton Ivan Pommerening

21/10 às 20h - Terceiro Encontro

A oficialização da teologia junto ao MEC (Ministério da Educação): oportunidades e desafios para os pentecostalismos.

A Teologia formal foi parcialmente rejeitada no início do pentecostalismo, como uma contraproposta à frieza da racionalidade contida nela, prevalecendo a transmissão oral, cuja ênfase estava na experiência; mais tarde, viu-se a necessidade de formalização e oficialização da Teologia e, com isso, muitos líderes começaram a ter acesso à ela. Atualmente, ainda que subjetivamente, existem entraves à ampla formação teológica para a liderança. Tendo essa realidade como pano de fundo, quais seriam as oportunidades que se apresentam, diante dos desafios do crescimento da teologia reformada, do cessacionismo, do Neopentecostalismo, do neo anti-intelectualismo, do fundamentalismo religioso, do tradicionalismo, da institucionalização e de outras ameaças à Teologia Pentecostal? De que maneira o pentecostalismo poderá crescer organicamente utilizando a ferramenta da Teologia como diretriz?