Esta perícope está dentro do escopo da divisão literária do evangelho de Mateus da promulgação do Reino dos Céus. O autor quer anunciar para a comunidade de Mateus que o reinado de Deus, esperado pelo povo de Israel, chegou por intermédio da pessoa de Jesus, o Messias. Lembrando que esta igreja mateana enfrentava uma crise de fé devido aos ataques dos pilares de suas crenças, principalmente, a messianidade de Jesus de Nazaré.

Desta forma, Jesus visa tornar público os fundamentos éticos do Reino dos Céus, com o objetivo de fortalecer a comunidade mateana em sua fé e esperança. Essa narrativa faz parte do conhecido sermão do monte de Jesus, em que o autor tenta responder a uma importante questão: Jesus era acusado de querer suprimir a lei de Moisés, fundamento da fé judaica, por isso, não poderia ser o Messias. Diante disso, o sermão do monte deve ser analisado a partir da perspectiva de que Jesus de Nazaré não veio abolir a lei, mas cumpri-la. Assim, Ele chama atenção para três perigos da nova vida: O mâmon (deus das riquezas), as preocupações (ansiedade) e o hábito de julgar.

Os personagens principais da história contemplam Jesus e seus discípulos. Já, os objetivos do autor são: enfatizar para a igreja de Mateus o contraste entre os tesouros terrenos e os tesouros dos céus, destacar a relação entre o tesouro e o coração e mostrar as consequências maléficas do acúmulo de riquezas terrenas.